(Um pequeno olhar d)A Vida de Marcos

Marcos mora na região metropolitana de Campinas, uma das maiores cidades do estado. É graduando em matemática, estuda durante o dia e à noite leciona em um cursinho. Tem 22 anos, solteiro, e divide uma kit com mais 3 amigos. Sua rotina é mais ou menos assim.

Ele acorda com o despertador do celular, programado para tocar a cada 3 minutos, por 3 vezes. Levanta da cama devagar, lava o rosto, faz xixi, troca de roupa, pega dois pacotes de bolacha club social e corre para não perder o ônibus no ponto. Enquanto corre ao ponto, seu celular toca. É o seu irmão, que mora em uma cidade do interior a 100km de distância, fazendo uma chamada de vídeo. Marcos, impaciente, atende e explica que não tem tempo para conversar naquela hora, mas seu irmão diz que será rápido, e que ele queria apenas avisar que havia terminado um curso técnico em elétrica industrial e gostaria que seu irmão mandasse seu currículo para quem ele pudesse conhecer. Ele diz que vai ajudar, ao mesmo tempo que questiona a necessidade de uma chamada de vídeo para tratar do assunto; um áudio teria resolvido. Ainda no ônibus, em direção a faculdade, ele recebe o currículo do irmão por mensagem, e encaminha para alguns amigos de graduação e do cursinho que trabalham ou conhecem pessoas que trabalham nas grandes empresas da região. Antes de mandar, lê algumas manchetes notícias que aparecem em destaque em seu navegador, paga a conta do seu telefone pelo aplicativo do banco, dá uma olhada na programação de cinema pelo aplicativo de ingressos, dá uma olhadinha nas redes sociais e responde algumas mensagens atrasadas. Depois de tudo isso, ele envia o currículo do seu irmão; faz cerca de dez minutos apenas que ele está no ônibus para a faculdade, a viagem ainda é longa.
Marcos chega a faculdade e lá permanece até o fim da tarde. Ao fim das aulas, ele corre para pegar o ônibus para não perder as aulas que tem que dar no cursinho em que leciona. No caminho, abre no seu celular os arquivos que vai precisar para dar as suas duas aulas do dia, sobre igualdade de triângulos. Ao chegar em casa no fim da noite, come alguma coisa que sobrou na geladeira do dia anterior, toma um banho e logo se deita. Antes de dormir, assiste alguns vídeos na rede, responde algumas mensagens, assiste metade de um episódio de uma série desinteressante e vai dormir.
No dia seguinte, segue para a faculdade logo cedo e aproveita o período da tarde para preparar o restante das aulas que terá que dar na semana.  A noite, Marcos chega ao cursinho mais cedo para preparar alguns slides que usará na aula, para amparar sua explicação. Antes de dar suas aulas, ouve os colegas reclamando que não há apagador mais para a lousa branca, eles têm apenas um pano e álcool para a limpeza da lousa. Alguns colegas dizem que para ele não faz diferença, quase não usam a lousa. Para Marcos, faz diferença, sim. Ele faz bastante uso da lousa, embora goste de usar projeções de slide de vez em quando. Ele dá as duas últimas aulas da noite e vai para casa satisfeito, pois sentiu que deu boas aulas. Ao fim do dia, Marcos sai do cursinho e vai para casa. É sexta feira, então, ao chegar em casa, seus companheiros de kit o chamam para ir ao bar, conversar e beber um pouco. Marcos aceita, afinal, precisa de opinião para saber qual celular deve comprar na próxima semana, o modelo da Motorola ou o novo iPhone recém lançado.  

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